quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Marasmo ou egoísmo?

Com o coração cada vez mais afastado da sala de aula, escrevo sobre o novo ritmo de vida a que desejo me impulsionar.

Não é desabafo, não estou compartilhando. Como disse a mim mesma, escrevo porque é terapêutico.

Estou cansando de estudar, preparar material, estratégias e, quando me dirijo a uma sala de aula, encontro desinteresse, descaso, resistência em aprender, preguiça, incompreensão do papel que minha profissão tem para a cidade. Nem vou levar em consideração o mundo.

Não é a idade - alguém poderia me perguntar essa gracinha - nem os cabelos brancos, atualmente ultra-bem-disfarçados. O que eu acho que está me ocorrendo é a falta de tesão em trabalhar tendo que ensinar.

Pode me chamar de egoísta. Tô sim. E me sentindo cada vez mais sem necessidade de me desgastar para melhorar meu entorno. Eu penso que seja fase. Não sei quando há de passar.

Mas o mais interessante não é o desânimo que qualquer "ensinador" tem de vez em quando. O que me parece meio paradoxal, antitésico (neologismo? eu teria dito até "antitético") é que não me vejo ainda em outra profissão.

Gosto muito de me empenhar em aprender coisas novas. Logo, sou uma estudante de carteirinha, uma eterna aprendedora (valia aqui aprendiz, mas cansei da palavra, se você me permite). O natural é que eu repasse aquilo que sei, que aprendi, que estou aprendendo. O entrave aqui é: pra quê? A troco de que eu iria dividir o que eu aprendi? Só se fosse com quem quer. Neste momento, não me disponho a conquistar a atenção nem a despertar o interesse de criatura nenhuma.

Se você aí que leu este post(zinho) tiver alguma opinião, diga. Quem sabe movimente algo aqui dentro.