terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Dos pés



Dos pés

Diante da proposta da minha professora da arte da dança do ventre, resolvi tomar pé (trocadilho besta, né?) do assunto e expor uma opinião. Lá vamos nós.

Começa que minha opinião não é definitiva nem imutável, mas apenas uma visão que tenho no momento do que os pés representam para mim.

Os pés são dois. Não são iguais e jamais pretenderão ser assim. Cada um do seu lado. Mas um está sempre dependendo do outro.

Não tenho fetiches com pés. Quanto aos meus, gosto de vê-los. Não os acho feios, mas há dias em que estão realmente mal-arrumados. Curto unhas pintadas, calcanhares lisos e hidratados. Já descobri que para ficarem lindinhos como eu gosto, preciso escolher os calçados certos, senão todo esforço em mantê-los como gosto são em vão.

Meus pés andam. Flanam. Passeiam. 

Os meus pés correm. Percorrem. Alcançam.

Estes meus pés dançam. Respondem ao que minha alma pede. Ao que a vontade ordena. Se ela diz: “vá ser feliz!” é porque provavelmente está tocando música. Uma melodia. Qualquer som, nem que seja de colher na panela ou de cascas de coco batendo. Os meus pés mexem. Logo põem meu corpo no reflexo.

Sinto prazer através dos pés. Piso na areia da praia e recebo massagem. Sinto a água do mar e refresco. Depois de um dia cansativo, se os mergulho na bacia de água morninha, eles levam o relaxamento ao resto do corpo.

Massageio meus pés. E gosto de neles receber massagem (de preferência quando estão em ordem, daquele jeitinho que já falei que gosto). 

Já fiz massagem em pés alheios: de amores que tenho e tive. De quem precisava melhorar a saúde. De quem eu senti que precisava de uma descarga de boa energia através de um toque amoroso.

Meus pés já chutaram. Muito! Bola, pedrinha, parede, ar e até barriga – é, isso mesmo. Não vim de casca de ovo. 

Já tive chulé, unha encravada, calo. Já furei, entrou farpa. Cortei. Ralei. Mas curei. E estão aqui. 

Quando me alongo, toco neles. Quando medito sentada, eles se juntam. Talvez troquem confidências. Talvez só troquem energias. Juntos, trocam o passo. E eu, sigo.